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domingo, 1 de março de 2015

A Formação, Origem e Transformação da Grécia Antiga – Resumo


O mundo grego abrangia terras continentais e insulares. A Grécia Insular compunha-se de inúmeras ilhas, entre as quais Creta, Rodes, Eubéia e Lesbos. A Grécia Continental ocupava a península Balcânica, as costas da Ásia Menor e o sul da Itália.
O Nascimento da Civilização Ocidental
Antiguidade clássica, designação renascentista, refere-se às sociedades grega e romana, que serviram de base para a construção do mundo moderno ocidental. As contribuições dessas civilizações ainda se fazem presentes em nosso modo de pensar e construir o mundo contemporâneo.

Grécia: Formação e Transformações

Tradicionalmente, para facilitar o estudo, divide-se a história da Grécia nos seguintes períodos:
• Homérico (do século XII ao VIII a.C.): caracterizado pelas comunidades rurais.• Arcaico (do século VIII ao VI a.C.): formação das cidades-Estados (póleis, plural de pólis) gregas.
• Clássico (do século V ao IV a.C.): apogeu da cultura grega.
• Helenístico (do século IV ao século II a.C.): decadência das póleis e domínio da Macedônia e de Roma sobre os gregos.
Alguns historiadores chamam o período anterior ao Homérico de Pré-Homérico ou Pré-Grego. Isso ocorre porque se trata da realidade histórica que antecede a formação do povo e da cultura Grega.

O Período Pré-Grego: Creta e Micenas

Localizada ao sul do mar Egeu, a ilha de Creta tornou-se o primeiro e mais importante centro comercial e cultural do Mediterrâneo, interligando Europa, África e parte do Oriente. Economicamente diversificada, Creta mantinha rica agricultura, produzia manufaturados têxteis, metalurgia, cerâmica, etc. Sua economia girava em torno do comércio exportador.Por volta de 2000 a.C., já dominando o comércio marítimo no Mediterrâneo, Creta chegou a fundar várias colônias continentais. O controle político desse império marítimo e comercial estava nas mãos da elite comercial (talassocracia), que manteve o poder durante muito tempo em Creta. O rei lendário Minos teria sido o grande representante da talassocracia. Devido a esse rei, a civilização cretense também é conhecida como minóica.
As cidades de Creta eram a base de pequenos reinos que gradativamente se reuniram sob um governo centralizado. Creta passou a ser governada por seu maior centro urbano, o palácio e templo de Cnossos.
Por volta de 1400 a.C., os aqueus invadiram Creta e destruíram Cnossos, pondo fim à civilização cretense. Como já vimos, com a decadência da talassocracia cretense, os fenícios ocuparam o espaço do comércio marítimo no Mediterrâneo.
O contato dos aqueus com a civilização cretense deu origem à sociedade aqueia de Micenas, que passou a ocupar lugar de destaque no comércio e na produção artesanal. Sua população foi bastante influenciada pela cultura cretense.
Na sequência das conquistas, os aqueus invadiram a Ásia Menor e destruíram a cidade de Tróia. Esse episódio serviu de base para a criação da Ilíada, poema épico atribuído a Homero.
Os aqueus também estavam divididos em diversos reinos independentes, governados por uma pequena nobreza militar e religiosa. Uma das características de suas cidades eram os castelos e templos fortificados, construídos em lugares altos (acrópoles), para facilitar a defesa.
O fim do domínio aqueu ocorreu com a invasão dos dórios, um povo guerreiro. Aqueus e dórios, assim como jônios e eólios, constituíam populações de origem indoeuropeia que, ao se fundirem, dariam origem ao povo grego.

Período Homérico


O Período Homérico representa uma nova fase na estruturação da sociedade grega em decorrência da invasão dos dórios no período anterior. O novo povo encerrou a cultura cretomicênica que esteve presente por séculos e em seu lugar deu início a cultura gentílica. No final do Período Pré Homérico os dórios, povo indueuropeu, invadiram violentamente a Hélade, destruindo a estrutura comercial existente, a cultura que lá estava estabilizada e causando a migração de tal população como alternativa para sobreviver. A invasão dos dórios fez com que surgissem novas colônias gregas em novos territórios, mas alterou radicalmente a estrutura existente na Grécia.
O novo período da história da Grécia Antiga, recebe a denominação de Homérico por causa do poeta Homero, que escreveu e revelou muitas informações sobre esta fase da história grega. A estrutura que havia na Grécia foi toda distorcida e deu lugar para uma sociedade baseada nos Genos. Os membros dos Genos eram chamados de Gens e dependiam da unidade familiar. Como uma organização fechada, os Genos tinham uma grande independência econômica.
Os Genos conquistaram grande autonomia política em consequência da independência econômica, mesmo a nova organização tendo base familiar, toda a população era favorecida. O trabalho desenvolvido na nova sociedade era de cunho individual, mas o bem da comunidade era sempre almejado. Havia um chefe que determinava o papel de cada um, tudo que era produzido era dividido igualmente entre os Gens. A estrutura garantia que nenhum Genos se desenvolvesse mais que outros, as famílias que tinham dificuldade na produção eram livres para utilizar escravos ou o trabalho de artesãos.
É claro que em toda relação humana, por mais que se preze pela igualdade social, sempre há expressões que favorecem a determinados indivíduos, o que é efeito das relações políticas. Apesar da sociedade ser igualitária, a proximidade familiar com o chefe do Genos era que determinava o grau de importância do indivíduo na sociedade. O chefe do Genos era respeitado por ser considerado como detentor de ‘fórmulas secretas’ que lhe permitiam fazer contato com os ancestrais e com os deuses que protegiam as famílias.
A organização econômica e social do Genos não foi capaz de resistir por muito tempo, as técnicas arcaicas não davam mais conta de sustentar a população. A tendência era de que o Genos se dividisse em estruturas menores, o rompimento dos laços familiares causava sua fragilização. Esse processo favoreceu aos possuidores de maior importância social, ou seja, os parentes mais próximos do chefe do Genos. A sociedade ficou extremamente fragmentada e formada por um grupo detentor das melhores condições sociais e econômicas, a maioria passou a viver de míseros salários e esmolas.
A nova estrutura social era baseada em três níveis. Em primeiro lugar estavam os eupátridas (bem-nascidos), que por serem mais próximos no parentesco do chefe do antigo Genos ficaram com as melhores terras, monopolizaram os equipamentos de guerra e ficaram com todo o poder formando uma aristocracia baseada na terra. Em segundo lugar estavam os georgoi (agricultores), enquadrados em um patamar médio, ficaram com a periferia. E na camada mais baixa da nova sociedade estavam os Thetas (marginais), desprovidos de terras e completamente marginalizados.
A nova aristocracia ficou com o poder e era denominada de fratrias, que formavam em grupo as tribos. A união destas tribos fez surgir as cidades-estado chamadas de Pólis. Nos século IX e VIII a.C. surgiram aproximadamente 160 pólis na Grécia, sendo que cada uma possuía seu templo em uma região elevada da cidade, o qual era chamado de Acrópole. Os Basileus eram os governantes da pólis, mas tinham o poder limitado pelos eupátridas. Tentaram dar um golpe para tomar o poder máximo, mas foram impedidos e substituídos pelos Arcondes, que eram indicados anualmente pelo Conselho dos Aristocratas.
Assim o período Homérico teve início substituindo a cultura miscênica pela gentílica, mas se encerrou com a aniquilação também desta.

Período Arcaico da Grécia



O Período Arcaico da Grécia é referente a um momento de desenvolvimento cultural, político e social. Situado entre os anos 700 e 500 a.C., esta fase sucede a Idade das Trevas e oferece os primeiros passos para a democracia grega.
Templo de Hera. Foto: AnLe / Shutterstock.com
Templo de Hera. Foto: AnLe / Shutterstock.com

No Período Homérico começam as transformações sociais e estruturais na Grécia. As alterações criam novas e radicais diferenças na estrutura grega que colocou fim à cultura micênica e iniciou a gentílica. Mesmo a cultura gentílica tendo ruído ainda no final do Período Homérico, é no Período Arcaico onde se dá a fase final de uma nova transformação social e estrutural. Os Genos foram extintos e deram lugar a uma concentração de terra pela aristocracia que passou a governar os gregos.
Juntamente com o poder dos eupátidas, membros da aristocracia, ocorreu o crescimento da população grega, a qual contava cada vez mais com um número de pessoas sem acesso às terras. Neste momento da história grega as pessoas passavam dificuldades por não ter onde cultivar seus alimentos de subsistência e de desfrutar de condições para sobreviver, com isso foi necessário que essa massa de pessoas sem posse de terra migrasse. Esse novo movimento da população grega é chamado de Segunda Diáspora Grega, a qual foi responsável, a partir de 750 a.C., por conquistar novos territórios e novas relações comerciais para o mundo grego ao longo das áreas costeiras do Mar Maediterrâneo e do Mar Negro.
Até esse momento o comércio se caracterizava por ser uma atividade econômica própria do território grego, mas as dificuldades enfrentadas pela população que não recebiam o amparo necessário das pólis fez com que a dispersão das pessoas favorecesse à economia que era baseada na agricultura.
As pólis, conhecidas como cidades estado, transformaram-se em grandes centros comerciais e núcleos urbanos responsáveis pelas decisões políticas e trânsito de mercadorias. Isso aconteceu em decorrência da concentração do poder e sua consolidação por parte da aristocracia e também pela ampliação das atividades econômicas em decorrência da Segunda Diáspora Grega. O cultivo do trigo, da vinha e da oliveira ganharam destaque.
Davam-se os primeiros passos para se construir a democracia grega, a escrita foi revitalizada e novas organizações políticas e sociais se adaptaram. É no Período Arcaico que surgem os primeiros legisladores gregos, o mais antigo conhecido é Zaleuco de Locros. Os legisladores pioneiros surgiram em meados do século VII a.C.. Os mais conhecidos foram os atenienses Drácon e Sólon.
Entretanto os legisladores não conseguiram resolver os problemas sociais e abriram espaço para os tiranos. Os tiranos eram os indivíduos que tomavam o poder com o uso da força, mas o termo só adquire um sentido de crueldade como em nossos dias após o governo dos Trinta Tiranos em Atenas.
Mas a tirania será derrotada e abrirá espaço para uma nova fase na Grécia. O governo de tiranos será substituído por oligarquias ou democracias. São estas que caracterizam o Período Clássico que viria a
seguir.  

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